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HS982 - Abordagens Metodológicas em Ciências Humanas para a Pesquisa em Museus - 2S/2022 Imprimir

Pós-Graduação

Informações da disciplina

Ementa:

Este curso, oferecido de forma intensiva em 2 semanas, tem como foco as abordagens metodológicas para pesquisa em museus em Ciências Humanas. O curso usará bibliografia internacional em português e inglês para as principais leituras, e incidentalmente textos em italiano, francês, holandês e alemão para os catálogos de museu e bases de dados online a serem consultadas.

O objetivo do curso é apresentar, discutir e avaliar o uso de diversos métodos de pesquisa antropológica em museus. O curso começará com uma reflexão sobre o desenvolvimento histórico da relação fundante - mas controversa - entre museus e a Antropologia como disciplina, explorando as razões do abandono no século XX e da recente 'redescoberta' dos museus e suas coleções como locais de pesquisa antropológica engajada e historicamente informada. Em seguida, aprofundaremo-nos nas coleções de objetos indígenas das Terras Baixas da América do Sul em museus no passado e no presente, dando atenção especial às pesquisas atuais que vêm revelando a profundidade histórica e os potenciais interpretativos tanto das coleções existentes quanto daquelas perdidas ou fragmentadas. Usaremos o capítulo e o inventário de Sonia Dorta “Coleções Etnográficas: 1650-1955” (1998) como guia de referência para explorar os atuais acervos indígenas brasileiros em museus 'em casa' e no exterior. Por fim, iremos explorar (se possível, via visitas remotas) algumas das transformações recentes nos museus etnográficos, especificamente a 'virada decolonial' e, posteriormente, debateremos as tentativas dos governos europeus de adotar políticas de restituição para corrigir “erros coloniais”.

Ao final do curso, os alunos terão se familiarizado com estruturas teóricas bem como com ferramentas empíricas atualmente usadas na pesquisa em museus. Estas últimas incluem desde os tradicionais inventários em papel, fotografias e catálogos impressos até softwares como o TMS – The Museum System e iniciativas recentes de digitalização de acervos com acesso público gratuito. O curso combinará aulas teóricas, discussão de literatura, utilização de ferramentas empíricas e exercícios práticos.

Bibliografia:

Augustat, C. (ed.) (2012). Beyond Brazil. Johann Natterer and the Ethnographic Collections of the Austrian Expedition to Brazil 1817 – 1835. Vienna: Museum für Völkerkunde.

Van Broekhoven, L., C. Buijs and P. Hovens. (2010). Sharing Knowledge and Cultural Heritage. First Nations of the Americas. Leiden: Sidestone Press.

Byrne, S., A. Clarke, R. Harrison, and R. Torrence (eds.). (2011). Unpacking the collection: networks of material and social agency in the museum. New York: Springer-Verlag.

Cascon, L.M. and Caromano, C.F. (2020). Swaying on feather-roses and imperial crests: Brazilian feather-decorated hammocks, nation-building, and indigenous agency. Indiana 37(2): 71-96.

Cury, M. X. (2020). Museus etnográficos e indígenas - aprofundando questões, reformulando ações. Brodowski: Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, ACAM Portinari; MAE-USP.

Dorta, S. (1998). “Coleções Etnográficas: 1650-1955”. In: Carneiro da Cunha, M. (ed.). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

Françozo, M. and Berger, M. (2020) Entrevista com Joe Horse Capture. Espaço Ameríndio. 14(1): 29-48.

Françozo, M. and Ordoñez, M.P. (eds). (2019). Special issue “Collecting Latin America in the Nineteenth Century”. Museum History Journal 12(1).

Glenn Penny, H. (2021). In Humboldt’s Shadow: A Tragic History of German Ethnology. Princeton: Princeton University Press.

Hicks, D. (2020). The Benin Bronzes, Colonial Violence and Cultural Restitution. London: Pluto Press.

 

Lima, Edilene C. (2018). De documentos etnográficos a documentos históricos: a segunda vida dos registros sobre os Xetá (Paraná, Brasil). Sociologia e Antropologia 8 (2): 571-597.

Lima, Edilene C. (2015). O kãchi no MAE/UFPR: sobre uma experiência de curadoria compartilhada. Campos – Revista de Antropologia Social 16(2): 44-58.

Lopez, C., M. Françozo, L.N.K. Van Broekhoven and V. Ka’apor. (2017). Conversações desassossegadas: diálogos sobre coleções etnográficas Ka’apor. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi – Ciências Humanas 12(3): 713-734.

Perez Gil, L. (2012). O acervo etnográfico do MAE-UFPR. In: Cury, Marília Xavier; Vasconcellos, Camilo de Mello & Ortiz, Joana Montero (eds.). Questões indígenas e museus: debates e possibilidades. São Paulo: ACAM Portinari: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, pp. 103-112.

Ribeiro, B. and L. van Velthem. (1998). “Coleções Etnográficas: documentos materiais para a história e a etnologia”.  In: Carneiro da Cunha, M. (ed.). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

Schien, S. and Halbmayer, E. (2014). The return of things to Amazonian anthropology: a review. Indiana 31: 421-437.

Smith, Linda Tuhiwai. (2008) Decolonizing methodologies. research and indigenous peoples London & New York: Zed Books Ltd & University of Otago Press.

van Velthem, L. (2007). Farinha, casas de farinha e objetos familiares em Cruzeiro do Sul (Acre). Revista de Antropologia, 50(2): 605-631.

Ano de Catálogo: 2022

Créditos: 2

Turma: A Vagas: 20

Número de alunos matriculados: 13

Idioma de oferecimento: Português

Tipo Oferecimento: Eventual

Local Oferecimento:

Horários/Salas:

Não possui horários cadastrados.

Docentes:

  • Mariana de Campos Françozo

Reservas:

Não possui reservas.

Horários

Esta disciplina não possui horário.

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